Salvação Seletiva....cães, coelhos...ratos....ora, ratos?

Por Fabíola de Paula

Sinto-me impelida a ser solidária com o resgate no Instituto Royal. 
Não tem como não ser solidária com os cachorros. Minha casa está aberta como lar temporário, ainda que possa resultar em complicações com a Justiça. Precisando, recebo-os com amor.

Mas o resgate em si parece carecer de consistência. 
Li que no instituto havia cães (de raça e super fofos), coelhos e ratos.

Pelos cães as pessoas se manifestaram, correram e estão correndo riscos. Eles estão sendo adotados, suas fotos divulgadas, maus tratos denunciados. Fala-se em boicote. Indignação geral. Apelos e mais apelos.

Os coelhos, coadjuvantes, teriam sido resgatados, mas não li uma linha sobre seus destinos. Coelhos são super fofos, ainda que não despertem a mesma paixão que adoráveis cãezinhos, especialmente Beagles. Logo, foram resgatados, ainda que suas condições e destinos não tenham despertado muito interesse.

Já os ratos... Pobres ratos.
Maus tratos são sempre maus tratos. Ou não?
Dependerá da doçura do ser? Será nossa compaixão seletiva?
Os ratos não foram resgatados.
Pelo menos assim eu li.

E se assim foi, como enxergar o movimento?
Não vejo outra forma que não especista.
Se apenas os maus tratos daquele com quem me encanto me interessa, como exigir o fim dos maus tratos? Como exigir que o que me interessa interesse também aos demais? O encanto de um não necessariamente é o encanto do outro.