Em artigo, Freire fala da trajetória do PCB PPS
Foto: Tuca Pinheiro
Freire: Nascemos com a perspectiva de construir uma nova formação política
Por: Valéria de Oliveira
Herdeiro do Partido Comunista Brasileiro, o PPS nasceu em 26 de janeiro de 1992 no Teatro Záccaro, em São Paulo, em um congresso que reuniu não apenas dirigentes e militantes do PCB, mas também pessoas de outras agremiações partidárias.
Saiba mais sobre a história do partido
Nova formação
“Nascemos com a perspectiva de construir uma nova formação política dentro da nova realidade do mundo”, afirma Freire, referindo-se ao fim da experiência do socialismo real. Ele lembra que a visão dominante dentro do PCB, antes mesmo da mudança, já era a do pensador e militante comunista italiano Antonio Gramsci, de que a questão democrática é essencial – não apenas um meio, mas um fim.
O partido, conta o presidente, deixou de ter as preocupações de ser hegemônico ou exclusivista, como ocorria a outras legendas da esquerda. “Um projeto para mudar o Brasil, para fazer reformas estruturais necessárias, e que até hoje não se materializaram, precisa da incorporação de forças políticas amplas e da sociedade”, salienta.
Antenado
O PPS, segundo Freire, nasceu antenado com a realidade. “A partir da realidade, tal como ela é e não como gostaríamos que ela fosse, é que podemos avançar e propor novos rumos para o país”. O partido, destaca ele, passou a estudar e acompanhar a realidade, de forma a propor modificá-la, “sempre para melhor”.
Nova formação
“Nascemos com a perspectiva de construir uma nova formação política dentro da nova realidade do mundo”, afirma Freire, referindo-se ao fim da experiência do socialismo real. Ele lembra que a visão dominante dentro do PCB, antes mesmo da mudança, já era a do pensador e militante comunista italiano Antonio Gramsci, de que a questão democrática é essencial – não apenas um meio, mas um fim.
O partido, conta o presidente, deixou de ter as preocupações de ser hegemônico ou exclusivista, como ocorria a outras legendas da esquerda. “Um projeto para mudar o Brasil, para fazer reformas estruturais necessárias, e que até hoje não se materializaram, precisa da incorporação de forças políticas amplas e da sociedade”, salienta.
Antenado
O PPS, segundo Freire, nasceu antenado com a realidade. “A partir da realidade, tal como ela é e não como gostaríamos que ela fosse, é que podemos avançar e propor novos rumos para o país”. O partido, destaca ele, passou a estudar e acompanhar a realidade, de forma a propor modificá-la, “sempre para melhor”.
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O maior obstáculo que a legenda tem enfrentado para fazer isso, diz o presidente do PPS, é o ambiente em que se faz política no Brasil. “Está sempre contaminado por interesses individuais ou grupais, nunca pelos interesses maiores da sociedade”.
Freire lembra que, para se tornar PPS, o PCB deixou suas tradicionais marcas, símbolo e nome “que não condiziam mais com a nova realidade”. Houve reação, lembra, de cerca de 20% dos pecebistas.
Democrático
O maior obstáculo que a legenda tem enfrentado para fazer isso, diz o presidente do PPS, é o ambiente em que se faz política no Brasil. “Está sempre contaminado por interesses individuais ou grupais, nunca pelos interesses maiores da sociedade”.
Freire lembra que, para se tornar PPS, o PCB deixou suas tradicionais marcas, símbolo e nome “que não condiziam mais com a nova realidade”. Houve reação, lembra, de cerca de 20% dos pecebistas.
Democrático
O nome foi fruto de acordo. Freire defendia, com outros companheiros, o Partido da Esquerda Democrática. O adotado, Partido Popular Socialista, foi proposta de pessoas que vieram de outros partidos.
“O PPS nasceu, assim, como um partido plural, aberto à participação daqueles que acreditam que é possível a todos os seres humanos viverem iguais e livres”, salienta Freire. Ele ressalta ainda o fato de a legenda se inspirar na herança humanista, libertária e solidária dos movimentos sociais e das lutas dos trabalhadores no Brasil e em todo o mundo.
“É um partido que não usa o povo, mas deseja tornar-se um instrumento para que cada cidadão seja sujeito de sua própria história. Um partido sem fórmulas prontas e acabadas, e que se propõe discutir e formular um projeto para a nação brasileira, com a colaboração de todas as forças do campo democrático”, afirma. Segundo Freire, este “continua sendo o desafio lançado a todos os militantes e o convite a todos os que queiram ao partido se integrar”.
“O PPS nasceu, assim, como um partido plural, aberto à participação daqueles que acreditam que é possível a todos os seres humanos viverem iguais e livres”, salienta Freire. Ele ressalta ainda o fato de a legenda se inspirar na herança humanista, libertária e solidária dos movimentos sociais e das lutas dos trabalhadores no Brasil e em todo o mundo.
“É um partido que não usa o povo, mas deseja tornar-se um instrumento para que cada cidadão seja sujeito de sua própria história. Um partido sem fórmulas prontas e acabadas, e que se propõe discutir e formular um projeto para a nação brasileira, com a colaboração de todas as forças do campo democrático”, afirma. Segundo Freire, este “continua sendo o desafio lançado a todos os militantes e o convite a todos os que queiram ao partido se integrar”.
Manifesto de fundação do PPS
"Aos seres humanos que, por nascimento ou opção, habitam terras brasileiras,o PPS dedica seus 70 anos de lutas, e todas as lutas futuras"
Há uma crise, no mundo e no Brasil, e todos podemos senti-la. Uma crise que solapa a esperança, que chega ao fundo dos corações, gerando frustrações, descrença e cinismo. Frente aos desafios destes novos tempos, seu compromisso de luta por uma sociedade mais justa e mais humana, o X Congresso do PCB oferece à sociedade brasileira um novo instrumento de luta, o Partido Popular Socialista - PPS.
Um Partido que, desde sua formação, é plural, aberto à participação de todos os que acreditam que é possível, a todos os seres humanos, viverem iguais e livres. Um Partido que, num mundo de mudanças, assume o compromisso central com a vida, entendendo-a como indissociável da natureza e da cultura. Um Partido, que quer contribuir para a construção de uma nova ética, em que o ser humano, sem nenhuma discriminação, seja protagonista e beneficiário das transformações sociais.
Um Partido novo, democrático, socialista, que se inspire na herança humanista, libertária e solidária dos movimentos sociais e das lutas dos trabalhadores em nosso país e em todo o mundo, prolongando hoje a luta que travamos desde 1922. Um Partido que não use o povo, mas seja um instrumento para que cada cidadão seja sujeito de sua própria história. Um Partido socialista, humanista e libertário, que tenha como prática a radicalidade democrática, que permita a cada ser humano exercer sua plena cidadania, na área em que reside e no planeta em que habita.
Um Partido que tem como metodologia de ação política, a não violência ativa, e que repudia toda e qualquer forma de violência (econômica, racial, religiosa, física, psicológica etc). Um Partido que faz da eliminação da miséria a questão primeira de sua política. Porque enquanto houver um ser humano sem comida, sem moradia, sem educação ou sem as mínimas condições de acesso à saúde, nossa luta tem e terá razão de continuar.
Um Partido que defende que a propriedade dos meios de produção e de comunicação deve ser social, com propostas autogestivas, cogestivas e cooperativistas, contrapondo-se aos modelos neoliberais.Um Partido que se empenhará para que o desenvolvimento científico e tecnológico seja considerado prioridade nacional, pois como não haverá progresso social sem o amplo desenvolvimento científico e tecnológico.
Um Partido que tem como objetivo a reforma democrática do Estado para que ele não tutele, mas que seja controlado pelos cidadãos e pela sociedade.
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Um Partido que luta por um programa radical de desenvolvimento que tenha o ser humano como sujeito e que seja capaz de eliminar a injusta distribuição de renda, acabando com a brutal concentração hoje existente. A consolidação da democracia política e a retomada do desenvolvimento, pondo fim à recessão e ao desemprego, são claras prioridades para a construção da cidadania.
Um Partido que lutará pela implantação do parlamentarismo, pelas reformas estruturais de que o país necessita e pela preservação dos direitos consagrados constitucionalmente. Um Partido que se dispõe a repensar tudo, 'mas que não abre, de forma alguma, seu compromisso de luta por uma sociedade mais justa e mais humana.
Um Partido que é e será um espaço aberto à participação de todos os que têm aspiração de construir essa sociedade. Um Partido que assume sem medo compromissos com o presente e o futuro, recusando a infalibilidade e o dogma, mas tendo em conta a experiência do passado.
Um Partido que não tem fórmulas prontas e acabadas, e que se propõe a discutir e formular um Projeto para a Nação Brasileira, com a colaboração de todas as forças do campo democrático. Esse é o desafio lançado a todos os militantes deste novo Partido e o convite a todos os que queiram nele se integrar.
* Manifesto de fundação do PPS, 26 janeiro de 1992, São Paulo, SP
http://portal.pps.org.br/portal/showData/243721
ResponderExcluirFreire lembra que, para se tornar PPS, o PCB deixou suas tradicionais marcas, símbolo e nome “que não condiziam mais com a nova realidade”. Houve reação, lembra, de cerca de 20% dos pecebistas.