segunda-feira, 23 de julho de 2012

Manuela : Que dia!


Do Blog da Manuela

Hoje, lágrimas limparam minha alma. Caminhei com as mulheres e lançamos o Comitê de Juventude. Foram lágrimas de felicidade de me encontrar com aquilo que explica minha trajetória.

Ao ver tanta gente, ao sentir tanta energia no Comitê de Juventude, vi que a luta que me fez forte no movimento estudantil, os sonhos que me trouxeram até aqui, se renovaram em novos e novos sonhos! Diria o mestre Neruda: "assim, em cada manhã de minha vida, trago do sonho, outro sonho!". São jovens que trazem outras bandeiras. Mas o vento que as emula é o mesmo! O mesmo vento de igualdade! O mesmo vento de quem quer que a tecnologia de nosso tempo sirva para libertar a sociedade de seus problemas!!


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Ali, chorei de orgulho. Orgulho de pessoas que vieram antes. Orgulho de quem veio depois. Orgulho por saber que minha experiência foi conquistada em cada noite em que debatia a realidade de minha cidade. Em cada período da universidade em que, ao invés de sair para dançar como meus colegas faziam, eu militava no movimento estudantil.

Tenho certeza que a população não vê como algo negativo o fato de eu ter dedicado minha juventude à política. Trago o orgulho de ter começado cedo, enfrentado desafios, crescido na política sem padrinhos poderosos nem máquinas financeira. Trago o orgulho de ter aprendido muito com o trabalho, com as vitórias e a derrota. Mas, aprendi sobretudo, com as pessoas de carne e osso que necessitam de mudanças. A realidade é a minha melhor professora.

Quantas mulheres trilharam esse caminho que hoje percorro e, em certa medida, represento? Quantas foram pioneiras, quantas escreveram sufocados poemas, quantas quiseram votar, casar e separar!? Quantas gritaram pelo trabalho, pelos direitos iguais? Quantas apanharam na cara, aos bofetões por enfrentarem a realidade de opressão? Quantas ainda apanham? Quantas têm o peito apertado por não saber onde estão os filhos no turno inverso da escola? Quantas choram a falta de vaga em creche, a falta do médico em posto? Quantas velam filhos vitimas da guerra do tráfico? E quantas recolhem corpos no meio de latarias de carros?

Caminho vendo essas mulheres, como raios que iluminam o espaço que ocupo conquistado por elas. Por tantas gerações. Trago em mim o sonho de ser a primeira prefeita de nossa história, de nossa capital. Para ser cada uma delas. Para tentar ser cada uma delas.
http://bolademeiaboladegude.blogspot.com.br/2012/07/que-dia.html?spref=fb

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