PCdoB reafirma candidatura de Netinho; tucanos mantêm racha
Netinho com Orlando Silva e Leci Brandão...
Do Portal VermelhoReunido no último final de semana, o PCdoB-SP debateu e aprovou metas e objetivos para 2012 — com destaque para o projeto eleitoral e a estruturação partidária no estado. O comitê estadual reforçou que o processo eleitoral de outubro — que renovará mandatos de prefeitos e vereadores nos 645 municípios do estado — “representará a oportunidade para debater soluções para os dilemas que afligem as cidades e impactam a vida da população”.
Os comunistas paulistas definiram entre as prioridades partidárias nas disputas majoritárias as candidaturas de Netinho de Paula, em São Paulo, e de Pedro Bigardi, em Jundiaí — cidade localizada a cerca de 60km da capital. O Partido apontou ainda que o cenário eleitoral na cidade de São Paulo segue em aberto e aponta, até o momento, “para múltiplas candidaturas”.
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A direção partidária estadual lembrou que o PCdoB participará pela primeira vez da eleição majoritária na capital com a candidatura de Netinho, que aparece na segunda colocação, variando de 13% a 16% nas pesquisas. “Netinho é uma liderança conhecida e respeitada, em particular nas camadas mais populares, e tem o respaldo não apenas das pesquisas, mas de quase dois milhões de votos recebidos nesta cidade para o Senado. O trabalho da direção partidária tem sido em torno de fortalecer ainda mais a candidatura, ampliar as alianças políticas e a composição do núcleo de coordenação”, ressaltou o documento.
Racha tucano
Enquanto o PCdoB-SP demonstra trabalhar em uníssono pela pré-candidatura de Netinho, a falta de um nome para disputar a eleição pelo PSDB afunda o tucanato paulistano em uma inflamada fogueira das vaidades. Depois de afirmar repetidas vezes que não tinha a pretensão de concorrer ao pleito, José Serra voltou atrás e iniciou negociações internas com o governador Geraldo Alckmin para entrar da disputa.
Questionado sobre a articulação, Alckmin disse que não havia "fato novo", mas confirmou uma certa preferência pelo ex-prefeito. "Se ele quiser ser, é um ótimo candidato. Essa é uma decisão pessoal do Serra que nós devemos aguardar", afirmou Alckmin.
Uma das condições apresentadas pelo ex-governador para considerar a disputa é que Alckmin desarme a disputa interna. O maior entrave a um consenso pela candidatura de Serra são os quatro pré-candidatos tucanos — Andrea Matarazzo, Bruno Covas, José Aníbal e Ricardo Trípoli.
A possível “imposição” à adesão da candidatura de Serra poderia piorar ainda mais o quadro de divisão do tucanato paulistano, que há meses deixa publicamente evidente que existem sérias discordâncias entre os caciques da legenda.
Nesta terça-feira (14) o secretário estadual de Energia, José Aníbal — um dos quatro candidatos às prévias—, deu uma declaração que deixou ainda mais evidente o racha tucano. "Se o Serra quiser ser candidato, terá que disputar as prévias. Estamos trabalhando nisso há seis meses", afirmou.
O secretário de Cultura, Andrea Matarazzo, que é amigo de Serra e também está inscrito para as prévias, não quis se posicionar a respeito e disse que "quem define a questão é o PSDB e o governador". O deputado Ricardo Trípoli disse que as prévias não podem ser canceladas.
Dirigentes do PSDB defendem a definição de uma estratégia até março. Eles se dividem entre os que acham que o melhor é realizar as prévias e depois negociar a desistência apenas com o vencedor, e os que avaliam que o processo tem de ser cancelado antes que a votação seja realizada, para evitar mais um vexame público para os tucanos.
Outras candidaturas
A notícia de uma possível candidatura de Serra provocou diferentes reações do prefeito Gilberto Kassab (PSD) — que sempre deixou claro que tem um compromisso com o tucano, de quem herdou a Prefeitura. Nos últimos dias a aproximação do PT — que tem como pré-candidato o ex-ministro da Educação, Fernando Haddad — e o PSD ganharam destaque na mídia conservadora.
Publicamente, Kassab disse desconhecer a articulação tucana por uma eventual candidatura de Serra. Ele criticou ainda uma tomada de decisão tardia. "Uma candidatura colocada tardiamente leva uma desvantagem muito grande em relação aos outros candidatos", afirmou nesta terça. Segundo a Folha, Kassab teria se comprometido a manter o cronograma de conversas com o PT.
Da redação,
Mariana Viel, com informações da Folha de São paulo
www.blogdocarlosmaia.blogspot.com Carlos Maia
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