Cracolândia: Com ações desarticuladas, governo de SP teme desgaste



Do Portal Vermelho


O secretário da Segurança Pública de São Paulo, Antonio Ferreira Pinto, proibiu que a Polícia Militar utilize bombas de efeito moral e balas de borracha para dispersar usuários de droga na cracolândia, como informa reportagem do jornal Folha de S. Paulo desta quarta-feira (11).


De acordo com o jornal Valor Econômico, tanto o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (PSD), quanto o governador do Estado, Geraldo Alckmin (PSDB), acompanham a operação com cautela e com receio de que a ação traga desgastes político-eleitorais. 

Gilberto Kassab (PSD) e Geraldo Alckmin (PSDB) adiantaram a operação na cracolândia por temer uma ação do governo federal, o que os deixariam em desvantagem política diante do PT, como publicou reportagem da Folha da última sexta-feira (6).

Segundo o diário econômico, Kassab anunciou, por meio de seus secretários, que não lançará nenhum pacote de obras para a região, tampouco mudará políticas públicas nas áreas de assistência social e saúde voltadas para o atendimento de usuários de drogas. Ele teme ser associado a eventuais problemas na região, com desdobramentos da atuação da Polícia Militar. Com a imagem desgastada, Kassab evita prejudicar-se no ano eleitoral, em que tratará de sua sucessão.

Por outro lado, revela o jornal, sem apresentar novas medidas para a Cracolândia, Alckmin passou a última semana tentando minimizar o mal-estar com a prefeitura, depois que a operação foi iniciada pelo segundo escalão da PM, sem o conhecimento de Kassab e do próprio governador. 

A ação será investigada pelo Ministério Público Estadual, que abriu na quarta-feira (10) um inquérito civil para apurar a operação, iniciada no dia 3.

Falta de preparo

A vice-prefeita e secretária de Assistência Social de São Paulo, Alda Marco Antônio (PSD), afirmou, na quarta-feira (10), à Folha de S. Paulo, que o novo centro para acolhimento de usuários de drogas, no Bom Retiro, será lançado mesmo incompleto.

"A plena carga, só no final de fevereiro, comecinho de março", disse.

O "Complexo Prates", como está sendo chamado, é divulgado pela prefeitura como um "centro especial" por conjungar tanto a assistência social — com área de convivência e albergue — quanto o atendimento de saúde --com AMA (Assistência Médica Ambulatorial) e Caps-AD (Centro de Apoio Psicossocial Álcool e Drogas).

Em visita ao local, na Rua Prates, a reportagem do jornal verificou que a área reservada ao atendimento de saúde nem sequer foi erguida.

A prefeitura informa em seu site que "as obras do Complexo Prates receberam R$ 8 milhões em investimentos e estão previstas para serem entregues no começo de fevereiro".

Com informações da Folha de S. Paulo e do Valor Econômico
http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=173001&id_secao=9

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