quinta-feira, 28 de março de 2019

Rússia diz que tropas militares “ficarão o tempo que for necessário” na Venezuela

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A Rússia afirmou nesta quinta-feira (28) que as tropas que chegaram nos últimos dias à Venezuela permanecerão no país "o tempo que for necessário" para o regime de seu aliado, o presidente Nicolás Maduro. Na quarta-feira (26), o presidente americano, Donald Trump, pediu à Rússia que saia da Venezuela, após a tensão criada pelo envio de militares e materiais russos para Caracas. A União Europeia (UE), por sua vez, fez uma advertência contra qualquer ação que possa agravar a situação.

mediaA porta-voz Maria Zakharova desmentiu nesta quinta-feira (28) os planos da Rússia de criar uma base militar na Venezuela.Yuri KADOBNOV / AFP
A Rússia afirmou nesta quinta-feira (28) que as tropas que chegaram nos últimos dias à Venezuela permanecerão no país "o tempo que for necessário" para o regime de seu aliado, o presidente Nicolás Maduro. Na quarta-feira (26), o presidente americano, Donald Trump, pediu à Rússia que saia da Venezuela, após a tensão criada pelo envio de militares e materiais russos para Caracas. A União Europeia (UE), por sua vez, fez uma advertência contra qualquer ação que possa agravar a situação.
"A Rússia não desrespeitou nada, nem os acordos internacionais, nem o Direito venezuelano. Ela não muda o equilíbrio de forças na região e não ameaça ninguém, diferentemente de Washington", ressaltou Maria Zakharova, porta-voz da diplomacia russa. Ela também classificou as críticas americanas de "tentativa arrogante de dizer a Estados soberanos como eles devem se relacionar entre eles".
“Eles estão trabalhando na implementação dos acordos assinados no campo da cooperação técnica e militar. Quanto tempo levará? Enquanto for necessário para o governo venezuelano", declarou aos jornalistas a porta-voz da diplomacia russa, Maria Zakharova. "Nem a Rússia, nem a Venezuela são províncias dos Estados Unidos", insistiu a representante russa.
Dois aviões russos, um Antonov An-124 e um Ilyushin Il-62, chegaram na semana passada à Venezuela. Segundo a imprensa local, eles transportavam 99 militares e 35 toneladas de material, sob o comando do chefe do Exército de Terra, general Vasili Tonkoshkurov.
Acordo de cooperação militar
Rússia e Venezuela fecharam, em 2011, um acordo de cooperação militar que prevê a venda de armas russas para Caracas financiadas com crédito russo. "Todas as ações e gestos que agravem ainda mais as tensões apenas criarão mais obstáculos para uma solução pacífica e democrática a esta crise", afirmou o porta-voz da Comissão Europeia, Carlos Martín.
Denunciada pelos Estados Unidos, a presença de militares russos na Venezuela "não está, em nenhum caso, ligada a possíveis operações militares", garantiu o adido de defesa da embaixada da Venezuela na Rússia, José Rafael Torrealba Pérez, nesta quinta-feira, em Moscou. "Trata-se apenas de cooperação militar e técnica. A presença russa não está vinculada a possíveis operações militares", declarou Torrealba Pérez. Ele afirmou ainda que um representante do Ministério venezuelano da Defesa também visitará Moscou no final de abril.
Uma fonte diplomática russa que não quis ser identificada, citada pela agência pública de notícias Sputnik, disse que este envio não tinha "nada de misterioso" e que entra "no marco da cooperação técnica e militar" entre os dois países.
Reunião do Grupo de Contato Internacional
Os países latino-americanos do Grupo de Contato Internacional (GCI) sobre a Venezuela se reúnem nesta quinta-feira (28) em Quito para debater uma solução pacífica para a crise no país. O encontro tem o “objetivo central de encontrar, através do trabalho conjunto de diferentes Estados de nossa região e na Europa, um meio de saída rápido para o conflito”, declarou o ministro equatoriano das Relações Exteriores, José Valencia.
A chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini, e diversos ministros das Relações Exteriores estarão presentes. Uma entrevista coletiva está prevista para as 19h locais. O GCI foi lançado no dia 7 de fevereiro em Montevidéu, fixando o prazo de três meses para a organização de uma eleição presidencial antecipada na Venezuela.
A iniciativa partiu da União Europeia e inclui oito países europeus – Alemanha, Espanha, França, Holanda, Itália, Portugal, Reino Unido e Suécia – e quatro latino-americanos: Bolívia, Costa Rica, Equador e Uruguai.

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