sábado, 7 de abril de 2018

"Lula não irá para o matadouro de cabeça baixa", afirma defesa

Lula não se escondeu ou fugiu. Se encontra em local certo e determinado notoriamente sabido pelos agentes e por qualquer cidadão brasileiro.


Do Portal Vermelho
Divulgação
  







Com a condenação num processo sem provas e a prisão decretada nesta quinta-feira (5), Sergio Moro e a grande mídia criaram um ambiente em que esperavam ver um homem derrotado se entregando e submetendo-se ao tribunal arbitrário.

Por Dayane Santos

“Não haverá resistência, mas ele não irá para o matadouro de cabeça baixa, por livre e espontânea vontade”, disse José Roberto Batochio, um dos advogados de defesa do ex-presidente Lula junto com Cristiano Zanin Martins.

Em seu despacho, Moro determinou a prisão do ex-presidente e determinou que ele se apresentasse à sede da Polícia Federal em Curitiba até as 17 horas. A expectativa era de que Lula se submeteria à determinação, assegurando aos holofotes das emissoras de TV, principalmente da Rede Globo, a sua rendição.

“Não é rebelião”, prossegue Batochio. “É um direito da pessoa preservar a sua liberdade e não contribuir para qualquer ato que possa suprimi-la. Sem violência, é claro”, reforçou o advogado.

O próprio Lula disse em entrevista que o “sonho de consumo” de Moro era prendê-lo, sendo este o seu objetivo político. Lula sempre denunciou os abusos e arbitrariedades do processo a qual foi submetido, demonstrando que sua condenação era resultado de uma perseguição com o objetivo de tirar o seu nome da disputa eleitoral.

Portanto, a decisão de Lula de não se entregar não se trata de resistência à lei. Lula não se escondeu ou fugiu. Se encontra em local certo e determinado notoriamente sabido pelos agentes e por qualquer cidadão brasileiro.

Por considerar ser vítima de uma decisão arbitrária, Lula se reserva ao direito de, simbolicamente, não reconhecer a decisão, o que não significa que resistirá à prisão caso os agentes da Polícia Federal o busquem no Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo.

Assim como o processo de Lula não é jurídico, mas político, sua reação também não deve ser jurídica, mas política. A vigília iniciada por centenas de pessoas em frente à sede do sindicato, onde iniciou a sua trajetória política, é também uma trincheira de resistência política contra os abusos e irregularidades desse processo e em defesa da democracia.

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