O pau-de-arara na Ditadura Militar

A imagem pode conter: uma ou mais pessoas, pessoas em pé e multidãoEm 2012, o pesquisador Marcelo Zelic, ao revisar uma extensa documentação sobre o período da Ditadura Militar e os povos indígenas, acabou encontrando um vídeo com uma cena que lhe chamou a atenção.

Durante a parada militar de Belo Horizonte, que mostrava a formatura da primeira turma de alunos da Guarda Rural Indígena, um homem aparecia sendo carregado em um “pau-de-arara”, um dos instrumentos de tortura mais utilizados da época.

Segundo o fotojornalista Rodrigo Dias, a imagem, “não menos terrível do que se parece, trata-se na realidade de uma demonstração de como torturar”.

A unidade de segurança que estava sendo formada era uma estratégia do regime militar para continuar seus planos de expansão ao interior das reservas amazônicas e pantaneiras sem a resistência das tribos, segundo Marcelo. Já havia, na época, grupos que denunciavam mortes e até genocídio de indígenas pela ditadura. Uma dessas denúncias e talvez a mais grave é o caso do genocídio de quase 2 mil índios Waimiri-atroari.

Foto: É parte do vídeo do documentarista alemão Jesco von Puttkamer (1919-94) e doado em 1977 ao IGPA (Instituto Goiano de Pré-História e Antropologia), da Pontifícia Universidade Católica de Goiás.



Fonte: "O pau-de-arara na Ditadura Militar", Museu de Imagens.



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