247 – O jornalista Paulo Nogueira, criador e editor do Diário do Centro do Mundo, partiu precocemente na noite de ontem, aos 61 anos. Paulo morreu em casa, ao lado de familiares e amigos, depois de lutar durante vários meses contra um câncer. Sua partida é uma grande perda para o jornalismo brasileiro, num dos momentos mais delicados da história nacional. Ao lado do irmão Francisco "Kiko" Nogueira, e de outros talentos, como Joaquim de Carvalho e Pedro Zambarda, Paulo fez do DCM uma das principais trincheiras democráticas do Brasil.
Antes de se tornar um empreendedor digital, Paulo construiu uma das mais sólidas carreiras da imprensa brasileira. Dirigiu Exame, na Editora Abril, e todas as revistas da Editora Globo. Um de seus projetos era escrever um livro contanto sua trajetória na imprensa brasileira, em que conviveu de perto com grandes jornalistas – e também com os patrões. Ou seja: Paulo conhecia os meandros e os bastidores do métier.
Mais do que um grande editor, Paulo era também dono de um dos melhores textos da imprensa brasileira. Um dos raros jornalistas que pensavam para escrever e faziam pensar com o que escreviam. Filho do também jornalista Emir Nogueira, amante da língua portuguesa e ex-editorialista da Folha, Paulo deixa uma lição para os jovens repórteres. Não basta contar uma boa história. É preciso contá-la bem, com estilo, com humor, com precisão.
No momento em que o Brasil se vê rebaixado diante do mundo e dos próprios brasileiros, Paulo fará muita falta. Que descanse em paz e que seus parentes e amigos encontrem a paz de espírito para tocar o barco do DCM, agora sob o comando do também muito talentoso Kiko Nogueira.
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