quinta-feira, 5 de março de 2015

Unanimidade:Professores do Paraná aprovam continuação da greve geral

Joka Madruga
Categoria decidiu: a greve continua!


4/3/2015


Assembleia histórica, com 20 mil trabalhadores, aprovou manutenção da paralisação por tempo indeterminado

Do site da APP sindicato

Um capítulo notável da história da classe trabalhadora do Brasil tem sido escrito através da greve geral dos(as) professores(as) e funcionários(as) de escola da rede pública de ensino do Paraná. E hoje (04), mais um momento memorável foi acrescentado à crônica emocionante protagonizada pela nossa categoria nas últimas semanas. Mais de 20 mil educadores(as) participaram da assembleia estadual promovida pela APP-Sindicato e lotaram o Estádio Durival Britto e Silva, em Curitiba. E a nossa união, em uma greve coesa e que atinge praticamente 100% das escolas estaduais, resultou na decisão unânime: a greve da Educação continua por tempo indeterminado.
O presidente da APP, professor Hermes Leão, apresentou para a apreciação da categoria as deliberações do Comando Ampliado de Greve, em reunião realizada nesta terça-feira (03). O primeiro item votado foi a continuação, ou não, da paralisação. O item foi aprovado, seguindo a definição – também unânime – do Comando. Segundo Hermes, a grandiosidade da assembleia dá respaldo a decisão de continuar com a greve. “Além de considerarmos insuficientes as respostas que o governo do Estado deu aos nossos itens de pauta, também consideramos as conversas que tivemos, com o conjunto de diretores de escolas, e que nos apresentaram a incapacidade das unidades receberem os alunos neste momento”, enfatizou.
Após o encerramento da assembleia, os(as) educadores(as) saíram em caminhada até a Assembleia Legislativa do Paraná (Alep). O ato, além de chamar a atenção da sociedade para a mobilização, também teve como objetivo levar a categoria para acompanhar, durante a tarde de hoje (04), no Plenário, a aprovação da resolução que acaba com famigerada Comissão Geral na Casa Legislativa. De acordo com Hermes Leão, esta foi outra vitória da categoria, especialmente após a ocupação da Alep no dia 10 de fevereiro e com o grande ato, realizado no dia 12 de fevereiro, que interrompeu a sessão que ocorreria no restaurante da Assembleia. “A nossa luta já mudou a conjuntura do Estado”, avalia Leão.
Além dos milhares de educadores(as), a assembleia foi acompanhada por vários deputados amigos da Educação – a exemplo do Professor Lemos, Tadeu Veneri, Péricles de Mello, Nelson Luersen, Marcio Pacheco e Evandro Araújo -, por diretores de outros sindicatos e da Central Única dos Trabalhadores (CUT). O presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Roberto Franklin de Leão, também acompanhou a atividade. De acordo com ele, o Paraná está sendo um exemplo nacional na organização desta greve. “E a CNTE não só apoia, como veio ao Estado para participar desta luta histórica”, afirmou.
Leia, a seguir, todas as deliberações que foram encaminhadas pelo Comando e aprovadas pela assembleia estadual:
- Continuidade da greve.
- Aprovada a reunião do Comando de Greve e a instalação da Assembleia Estadual Permanente (com convocação possível de ser realizada em um prazo de 24 horas).
- Orientação às direções de escolas, que permanecem em greve e em medida de solidariedade, que cumpram a tarefa de fazer o suprimento em suas escolas nos próximos dias.
- Encaminhar que os prazos da Ordem de Serviço permaneçam até que todos os novos concursados sejam nomeados.
- Chamar todos(as) os(as) servidores(as) para se agregarem nas nossas mobilizações.
- Audiência Pública com os(as) deputados(as), com carta compromisso e a nossa pauta, em defesa da Educação.
- Promover o ‘Dia de Conversa com os Pais, Mães e Estudantes’. Reuniões com a comunidade escolar para tratar da nossa pauta e motivos da greve.
- Reforçar a pauta do Plano Estadual de Educação e dos Planos Municipais.
- Materiais para manter bem viva na memória os deputados que votaram contra a Educação e dos que foram ao nosso favor.
- Foi autorizado pela assembleia o protocolo de pedido de audiência de conciliação. Acatado o pedido, e havendo audiência de conciliação, realização de mobilizações/grandes atos e frente ao judiciário neste dia.
- Realização de uma amplo debate sobre o tema da Previdência na categoria.
SOBRE A PREVIDÊNCIA:
:: Reafirmamos a nossa posição de que não aceitaremos nenhum projeto de lei que retire direitos previdenciários e recursos previdenciários ou que promova mudança de massa que prejudique a viabilidade dos fundos.
:: Exigimos o compromisso público por parte do governo de que não enviará nenhum projeto de lei que mexa no Fundo Previdenciário.
- Reafirmamos nossa defesa de um sistema previdenciário que promova:
1. Uma ampla auditoria do sistema previdenciário para melhor esclarecimento e conhecimento dos atuais e futuros valores (situação de agora e a futura).
2. Mudança do regime jurídico da Paranaprevidência (para um modelo público).
3. Conselhos Administrativo e Financeiro com gestão paritária entre o governo e servidores.
4. Detalhamento dos mecanismos de compensação e reciprocidade para servidores egressos dos demais sistemas previdenciários.
5. Pagamento pelo governo das dívidas do antigo IPE e das oriundas da criação da Paranaprevidência, bem como das contribuições devidas.
Cronograma de atividades
- 04/03 – Acompanhamento, a partir das 14h, de sessão sobre o fim da Comissão Geral e Prestação do Quadrimestre pela Secretaria de Estado da Fazenda (Sefa), na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep).
- 06/03 – Atos simultâneos em frente aos Núcleos Regionais de Educação (NREs).
- Reforçar os atos do ‘Dia Internacional da Mulher’ – 08 de março – no acampamento, em parceria com os Movimentos Feministas e nos Núcleos Sindicais da APP, com proposta de diálogo com a comunidade.
- 11/03 – Mobilização da via Campesina e MST (atos nas capitais e um grande ato no Rio de Janeiro) pela reforma política, com constituinte já, reforma tributária com distribuição de renda, soberania alimentar, o futuro do petróleo, as metas da educação.
- 13/03 – Ato nacional em defesa dos direitos trabalhistas, pela democracia e pela Petrobras. CUT e demais centrais sindicais. Em Curitiba, caminhada da Santos Andrade até a Boca Maldita.

http://www.appsindicato.org.br/Include/Paginas/noticia.aspx?id=11099

Um comentário:

  1. Assembleia histórica, com 20 mil trabalhadores, aprovou manutenção da paralisação por tempo indeterminado

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