Os dilemas da sexta economia mundial
Por Altamiro Borges
O Centro de Pesquisa de Economia e Negócios (CEBR, na sigla em inglês) divulgou nesta segunda-feira que o Brasil já ultrapassou o Reino Unido e tornou-se a sexta maior economia do planeta. Essa surpreendente melhora na pontuação decorre de dois fatores essenciais: da grave crise econômica que atinge a Europa e das políticas aplicadas no Brasil nos últimos anos.
Durante o reinado neoliberal de FHC, o país caiu de oitava para décima primeira economia mundial. O Brasil foi devastado e ficou de joelhos para o Fundo Monetário Internacional. O desemprego bateu recordes, a produção estagnou e o Brasil regrediu. Já no governo Lula, ele voltou a crescer, enfrentou em melhores condições a crise capitalista e recuperou posições no ranking mundial.
Quinta economia do planeta
“O Brasil bate os países europeus no futebol há muito tempo, mas vencê-los também na economia é um novo fenômeno”, disse o diretor-executivo do CEBR, Douglas McWilliams (talvez ele não tenha assistido à partida entre Barcelona e Santos). Para ele, o país ainda deve avançar mais nos próximos anos, superando a França – quinta do ranking, depois dos EUA, China, Japão e Alemanha.
O CEBR prevê uma “década perdida” na Europa, com baixo crescimento econômico, e o contínuo avanço dos países do chamado Brics (Brasil, Rússia, Índia e China). Ele projeta recessão no velho continente, com retração de 0,6% do Produto Interno Bruto em 2012. Já o Brasil deve ter um crescimento do PIB de 2,5% no próximo ano, segundo suas estimativas mais pessimistas.
Desânimo dos tucanos e dos urubólogos
O estudo do CEBR deve ter estragado de vez as festas de Natal e de final do ano dos demotucanos e dos “urubólogos” da mídia – já não bastava o sucesso do livro “A privataria tucana”. A Folha sequer deu a boa nova em sua manchete de hoje. Outros veículos também evitaram maior estardalhaço. Talvez para não azedar os banquetes de FHC, Serra e Aécio!
A conquista da sexta posição no ranking mundial, porém, também não deve embriagar os que apóiam o atual governo. Há ainda muitos desafios pela frente, como reconheceu a própria presidenta Dilma no seu pronunciamento de final do ano. O Brasil continua com o freio de mão puxado na política macroeconômica e ainda não enfrentou os seus graves problemas estruturais.
Enormes gargalos e desafios
O Brasil cresceu, mas ainda é uma nação extremamente injusta, como alertou o Censo-2010 divulgado pelo IBGE em novembro. O estudo comprova que, apesar das sucessivas quedas na desigualdade, a renda dos 10% mais ricos supera a dos 10% mais pobres em 39 vezes. Enquanto os mais pobres ficaram com apenas 1,1% da renda nacional, os mais ricos abocanharam 44,5% do seu total. Uma excrescência, um absurdo!
Sem reformas estruturais, as desigualdades se mantêm em todos os quesitos. Entre as regiões, entre capitais e zonas rurais, entre homens e mulheres, entre negros e brancos. O rendimento médio mensal dos brancos (R$ 1.538), por exemplo, é quase o dobro do trabalhador negro (R$ 834). Os homens recebem em média 42% mais do que as mulheres (R$ 1.395, ante R$ 984). Há muito o que fazer
O Centro de Pesquisa de Economia e Negócios (CEBR, na sigla em inglês) divulgou nesta segunda-feira que o Brasil já ultrapassou o Reino Unido e tornou-se a sexta maior economia do planeta. Essa surpreendente melhora na pontuação decorre de dois fatores essenciais: da grave crise econômica que atinge a Europa e das políticas aplicadas no Brasil nos últimos anos.
Durante o reinado neoliberal de FHC, o país caiu de oitava para décima primeira economia mundial. O Brasil foi devastado e ficou de joelhos para o Fundo Monetário Internacional. O desemprego bateu recordes, a produção estagnou e o Brasil regrediu. Já no governo Lula, ele voltou a crescer, enfrentou em melhores condições a crise capitalista e recuperou posições no ranking mundial.
Quinta economia do planeta
“O Brasil bate os países europeus no futebol há muito tempo, mas vencê-los também na economia é um novo fenômeno”, disse o diretor-executivo do CEBR, Douglas McWilliams (talvez ele não tenha assistido à partida entre Barcelona e Santos). Para ele, o país ainda deve avançar mais nos próximos anos, superando a França – quinta do ranking, depois dos EUA, China, Japão e Alemanha.
O CEBR prevê uma “década perdida” na Europa, com baixo crescimento econômico, e o contínuo avanço dos países do chamado Brics (Brasil, Rússia, Índia e China). Ele projeta recessão no velho continente, com retração de 0,6% do Produto Interno Bruto em 2012. Já o Brasil deve ter um crescimento do PIB de 2,5% no próximo ano, segundo suas estimativas mais pessimistas.
Desânimo dos tucanos e dos urubólogos
O estudo do CEBR deve ter estragado de vez as festas de Natal e de final do ano dos demotucanos e dos “urubólogos” da mídia – já não bastava o sucesso do livro “A privataria tucana”. A Folha sequer deu a boa nova em sua manchete de hoje. Outros veículos também evitaram maior estardalhaço. Talvez para não azedar os banquetes de FHC, Serra e Aécio!
A conquista da sexta posição no ranking mundial, porém, também não deve embriagar os que apóiam o atual governo. Há ainda muitos desafios pela frente, como reconheceu a própria presidenta Dilma no seu pronunciamento de final do ano. O Brasil continua com o freio de mão puxado na política macroeconômica e ainda não enfrentou os seus graves problemas estruturais.
Enormes gargalos e desafios
O Brasil cresceu, mas ainda é uma nação extremamente injusta, como alertou o Censo-2010 divulgado pelo IBGE em novembro. O estudo comprova que, apesar das sucessivas quedas na desigualdade, a renda dos 10% mais ricos supera a dos 10% mais pobres em 39 vezes. Enquanto os mais pobres ficaram com apenas 1,1% da renda nacional, os mais ricos abocanharam 44,5% do seu total. Uma excrescência, um absurdo!
Sem reformas estruturais, as desigualdades se mantêm em todos os quesitos. Entre as regiões, entre capitais e zonas rurais, entre homens e mulheres, entre negros e brancos. O rendimento médio mensal dos brancos (R$ 1.538), por exemplo, é quase o dobro do trabalhador negro (R$ 834). Os homens recebem em média 42% mais do que as mulheres (R$ 1.395, ante R$ 984). Há muito o que fazer
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