Começa em Portugal a Festa edificada pelo sonho socialista
Começa em Portugal a Festa edificada pelo sonho socialista
“Festa incomparável”. Descreveu Jerônimo de Souza ao abrir oficialmente a 35a Festa do Avante, que em todo setembro é organizada pelo Partido Comunista Português. E talvez somente essa palavra poderia mesmo expressar o que acontece aqui na Quinta da Atalaia, margeando o Rio Tejo. O slogan da Festa já assim a anuncia: “Não há festa como essa”.
Dirigentes do PCP na abertura da Festa
Desde a sua construção até o seu encerramento, os dias que se passam aqui são a expressão do sonho avançado da sociedade socialista. Um sonho edificado a pulso de seis mil voluntários que neste ano participaram das jornadas de trabalho e preparam tudo nos mínimos detalhes para receber os visitantes.
“A pulso, mas com uma alegria imensa de homens, mulheres e jovens livres de pensamento mas animados por valores solidários”, explica Jerônimo, que é o secretario geral do PCP. “Sendo uma festa dos comunistas é uma festa do povo, que sendo uma festa solidária haveria de ser e será uma festa de solidariedade internacionalista com os trabalhadores e os povos que resistem e lutam”, completa.
A 35a Festa do Avante, nome que vem do jornal do Partido, traz peculiaridades em relação `as edições anteriores. Nesse ano, o PCP completa seus 90 anos num momento em que o país é dos que mais sofre com a brutal crise econômica por que passa a Europa. Em profunda recessão econômica, Portugal recebeu 78 bilhões de euros em “empréstimos” do Banco Central Europeu e do Fundo Monetário Internacional. Em troca, além dos 40 milhões de juros, vem junto as imposições da banca com as receitas de sempre: corte nos gastos públicos, principalmente na saúde, demissões em massa, fim de subsídios sociais. Basta andar em qualquer rua portuguesa para ouvir as reclamações quanto `as ações que afetam cada cidadão.
O novo governo eleito em 5 de junho tem a frente o primeiro ministro Pedro Passos, do PSD, partido de centro-direita que tem suas medidas neoliberais apoiadas pelo CDS/PP, de direita e o PS, social-democrata, que nos anos que esteve no poder implementou um programa de direita. Segundo Jerônimo, o país se confronta com uma dura realidade, “com uma situação vincada pela violenta ofensiva política, econômica, social e cultural e contra a soberania nacional, desencadeada por medidas que se sucedem em avalanche contra os trabalhadores, as populações e todas as classes e camadas antimonopolistas”.
PCdoB na Festa
O PCdoB comemora o 5o ano com seu espaço na Festa. Pouco tempo, para a notoriedade alcançada de ser, ao lado de Cuba, o espaço internacional mais visitado pelos portugueses. A maioria é atraída pela adorada caipirinha brasileira, produzida por uma família de imigrantes que residem na terrinha. O casal Beto e Adriana, que foram militantes do PCdoB em Contagem MG, são os responsáveis pelo Bar Brasil, que a cada ano aumenta o número de freqüentadores. O Bar esse ano trouxe novidades vindas da ex-colônia, como a água de coco e o caldo de cana.
Ao conversar com o Vermelho, Jerônimo de Souza falou do carinho pelo nosso país e agradeceu a participação brasileira na Festa. “Diga aos comunistas Brasileiros que aqui em Portugal os comunistas portugueses continuam com uma grande confiança , confiança esta que resulta em toda a juventude que está a participar desta festa”, finaliza apontando a presença de centenas de milhares de jovens em frente Palco Central da Festa.
De Seixal,
Kerison Lopes
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